SEXAGEM FETAL: MENINO OU MENINA?

Quais papais e mamães não ficam curiosíssimos para saber o sexo do bebê assim que descobrem que estão “grávidos”? O prazer de poder já chamar o bebê pelo nome, escolher as roupinhas do enxoval ou decorar o quarto de acordo com o sexo do bebê são desejos de quase todos os pais. Hoje não é mais preciso esperar entre a 13 e 16 semanas para fazer a ultrassonografia com o objetivo de descobrir o sexo do bebê.

O teste de sexagem fetal permite a identificação do sexo da criança a partir da oitava semana de gestação. Há algumas décadas, pesquisadores demonstraram que durante a gestação ocorre a passagem de uma pequena quantidade de células fetais para o sangue materno, através da placenta.  Mais tarde, observou-se que existe também DNA fetal circulando no sangue materno(1). Hoje, sabe-se que existe um fluxo bidirecional de células e de DNA durante toda a gravidez. O DNA fetal é removido rapidamente da circulação materna. Contudo, como existe um fluxo contínuo de DNA fetal para a mãe, o DNA fetal pode ser detectado a partir de amostras do sangue materno(2).

Este conhecimento abriu um leque de possibilidades de aplicações no diagnóstico pré-natal. Até então, para se obter uma amostra de DNA fetal era necessário utilizar métodos invasivos de coleta, tais como a punção do cordão umbilical (cordocentese), punção de líquido amniótico (amniocentese) ou biópsia de placenta. Agora, com a simples coleta de uma amostra de sangue da mãe, é possível determinar o sexo do feto. Utilizando a mesma tecnologia, existem exames para tipagem pré-natal do fator RhD (3) e para o diagnóstico pré-natal de diversas enfermidades de origem genética (4-6).

Geneticamente, tanto as mulheres como os homens apresentam 46 cromossomos, porém o que nos diferencia como sendo do sexo masculino ou feminino são os cromossomos sexuais. As mulheres apresentam dois cromossomos X e os homens, um cromossomo X e um Y. Portanto, o que determina o sexo é a presença do cromossomo Y nos homens e sua ausência nas mulheres.

O teste de Sexagem Fetal consiste na análise do DNA fetal presente no sangue da mãe. Para isso, coletam-se cerca de 5 mL de sangue da gestante. Após a coleta, o plasma separado do sangue é utilizado para a extração do DNA, que é submetido à reação de PCR para detectar sequências genéticas específicas do cromossomo Y. Como apenas indivíduos do sexo masculino possuem esse cromossomo, a sua presença indica a gestação de um feto do sexo masculino e, por exclusão, sua ausência indica a gestação de um feto do sexo feminino. No caso de gestação de gêmeos univitelinos (idênticos), o resultado do teste é válido para os dois bebês. Gêmeos idênticos têm o mesmo DNA e, por isso, o mesmo sexo. Em gêmeos fraternos (bivitelinos) o resultado positivo para “Y” significa que ao menos um dos gêmeos será menino. Se o resultado der ausência de cromossomo “Y”, pode-se dizer que ambas são meninas.

O método molecular para a determinação do sexo fetal possui excelente sensibilidade e especificidade, permitindo seu uso rotineiro e com alto índice de acerto(7) quando realizado a partir da oitava semana de gestação. Antes desse período, a sensibilidade do teste é menor podendo levar a resultados falsos (8). Outras situações que podem comprometer o desempenho do teste são casos em que a gestante tenha recebido transfusão de sangue ou realizado transplante de órgãos doados por um homem. O teste também não é confiável em caso de aborto espontâneo anterior ou em gestantes submetidas a fertilização in vitro.

O Laboratório Genoprimer, localizado em Curitiba, oferece o teste de Sexagem Fetal utilizando modernas técnicas de biologia molecular por PCR em Tempo Real. Entre em contato conosco para esclarecer quaisquer dúvidas e agendar sua coleta.

1.        Lo Y, et al. Lancet, 1989; 2 (8676): 1363-5.

2.        Gammill H, et al. The International Journal of Developmental Biology, 2010; 54 (2-3): 531-43.

3.        Müller S, et al. Transfusion, 2008; 48 (11): 2292-301.

4.        Hill M, et al. Best Practice & Research – Clinical Obstetrics & Gynaecology, 2012; 26 (5): 639-54.

5.        Tsui N, et al. Current Opinion in Hematology, 2012;

6.        Chiu R, et al. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine, 2012; 0 (0): 1-8.

7.        Sekizawa A, et al. Clinical chemistry, 2001; 47 (10): 1856-8.

8.        Devaney S, et al. JAMA, 2011; 306 (6): 627-36.