HPV e Câncer: a importância do diagnóstico molecular na prevenção e rastreio clínico

O Papilomavírus Humano (HPV) é reconhecido como agente causador de diferentes tipos de câncer, conforme demonstrado em diversos estudos científicos. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) descreve cerca de 229 genótipos do HPV.
Os cânceres mais frequentemente associados ao HPV incluem câncer de colo do útero, vulvar, vaginal, peniano, anal e de cabeça e pescoço. Essa relação ocorre devido à persistência da infecção e ao potencial oncogênico de determinados genótipos, especialmente os tipos 16 e 18, responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer cervical no mundo.
A ação oncogênica do HPV está relacionada à sua capacidade de permanecer nas células hospedeiras, causando alterações celulares progressivas. Quando não tratadas, essas alterações podem evoluir de lesões pré-cancerígenas para câncer invasivo. O principal mecanismo molecular envolvido ocorre através da expressão das oncoproteínas virais E6 e E7, que interferem no controle do ciclo celular, inibindo a apoptose e permitindo o acúmulo de danos no DNA.
A via predominante de transmissão do HPV é o contato sexual. No entanto, vias não sexuais também são descritas, como transmissão vertical durante o parto, contato com fômites contaminados e, segundo alguns estudos, possível transmissão via sangue.
Para a prevenção e adequado manejo da infecção pelo HPV, é fundamental que o diagnóstico seja realizado de forma rotineira. Entre os principais métodos utilizados estão o screening citológico (como a citologia em base líquida) e os testes moleculares com detecção do HPV por PCR em Tempo Real, que oferecem alta sensibilidade e especificidade, permitindo a identificação precisa dos genótipos virais.